28 março 2006

Pequenas Palavras...

A bem da verdade, não sou essa mulher fatal que você desenha.
Esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.
Aquelas frases filosóficas, são só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual...
Na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!
Senta aí, vai!
Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem...
Quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios.
É que no fundo tenho um medo terrível de que você encontre em mim uma série de imperfeições.
Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço...
No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.
Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência.
Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço...
Essa jornada dupla me deixa tão carente...
A convicção de independência afetiva? É tudo balela!
Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho...
Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões...
Um pedaço de torta, um copo de suco, algum segredo...
...Não previ que na linha da minha vida estivesse demarcadoa um amor desenfreado.
Ah, você queria falar alguma coisa?
Está bem!
Antes, só mais uma coisinha:
Estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim...
Que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez.

2 comentários:

Julis disse...

Cris eu adoro da forma que escreve, soa poético.

Anônimo disse...

Menina de inestimável valor,
És única sabia?
Sabe bem que admiro a verdadeira face que desperta de seus sentimentos reais..
Super Beijo!