30 maio 2005

Baile de Máscaras

Noite dessas eu sonhei com um lugar que desconheço...
Não consigo afirmar se o local era um sitio, ou uma fazenda, ou ainda, uma enorme casa com uma área enorme.
Sei que era noite, e que tinha festa...
Parecia coisa de gente de vida feita, de vida boa.
Baile de gala, todos com aquelas clássicas roupas de novela que se passa a um século atrás. Todos, fingindo contentamento, felicidade.
Uma felicidade artificial, absurda.
E todos conversavam animados, o barulho das conversas e gargalhadas se misturava com o barulho da música (com um leve toque de batida eletrônica), o que, no sonho, parecia me deixar irritada, já que, além do barulho ensurdecedor e das risadas irônicas e de mal tom que eu ouvia; todos estavam a caráter, menos eu, estavam todos com roupas de época e; mascaras.
Mascaras de sorrisos amarelos, forçados.
Sorrisos de quem não tem consciência tranqüila para sorrir, ou sorrisos de quem não tem respeito pelo que poucos de nós, pessoas simples e que lutam para viver, chamamos de felicidade.
Durante todo o decorrer da noite, e do sonho, era isso, em qualquer parte que eu fosse daquele lugar, no caso de chegar meio desprendida, desatenta, os mascarados paravam de rir alto e de conversar, mas continuavam a sorrir, e a mostrar, por meio de suas consciências, um sentimento que me deixava sem voz; suas mentes diziam, sempre em voz alta ao meus ouvidos frágeis:
“idiota! como pode ser tão boba?! criatura infeliz, vai morrer tentando se livrar do pesadelo, tentando voltar ao sonho.
Pena que ela não vai conseguir, nós não iremos permitir”, me davam as costas e voltavam a dar gargalhadas e a conversar em voz alta, como se nada tivesse acontecido.
Como se eu não conseguisse ouvir suas consciências conversando, tramando, tentando fazer parecer com que a culpa fosse minha, mesmo eu sabendo que não era.
Essa foi a noite em que eu sonhei com o Baile de Gala.
Um Baile de gente que usa de teatro para esconder a pobreza de espírito que existe em cada uma delas.
Um Baile de Máscaras...

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