Ao Rafael...
O frio de todos os esses dias tem aumentado seu nível, e eu tenho sentido muito esse frio...
Hoje nem a música me aquece, a música não tem o mesmo efeito que um olhar teria...
Talvez eu tenha vivido tanta coisa em tão pouco e tão curto tempo que às vezes não sei nem que idioma falo, nem o tamanho dessa tristeza que carrego dentro peito.
Sinto que já não tenho forças para pular e agarrar o sol, e várias vezes, por mais que eu tente, não escuto nem minha própria voz...
É como se eu tivesse vivido dez mil dias, ou um mesmo dia dez mil vezes, querendo te contar minha vida; querendo trocar essa perda por algo que a preencha por inteiro.
E às vezes me sinto perdida assim como uma agulha em um palheiro, como se estivesse em areia movediça submersa em minhas tão poucas lágrimas.
Já não sei se realmente tenho vivido esses dez mil dias, ou apenas vivo aquele único dia, incontáveis vezes...
Hoje o que eu posso te falar é que com essa aproximação dos dias de junho, onde quer que você esteja, que você ainda é parte de mim...
(adaptado)
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